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“Expats” é uma meditação sobre a vida e a perda.

Nicole Kidman, a criadora Lulu Wang e mais do elenco principal falam sobre a série mais emocionante desta temporada.

Quando Nicole Kidman assistiu pela primeira vez ao segundo filme da escritora e diretora Lulu Wang, “The Farewell”, de 2019, estrelado por Awkwafina como uma mulher sino-americana que retorna à China para visitar sua avó doente terminal, a premiada atriz — ganhadora do Oscar e dos Emmys de atuação e produção — sabia que tinha encontrado a diretora certa para liderar uma ambiciosa adaptação do romance de 2016 de Janice Y.K. Lee, “The Expatriates”.

“The Farewell” foi engraçado, triste e profundamente pessoal, e você sente que acaba conhecendo a Lulu. E com esse (“The Expats”), eu só pensei, ‘Apenas pegue e faça o que você acha certo'”, disse Kidman à Harper’s Bazaar durante uma recente vídeo chamada em Nova York. “Foi simples assim. Não foi impor parâmetros [ao projeto]. Foi, ‘Faremos tudo o que pudermos para conseguir o dinheiro e o tempo para que você faça do jeito que quiser, e daremos os roteiristas e o apoio. Mas tem que ser essencialmente você.'”

Após inicialmente recusar o trabalho devido ao seu tamanho intimidador, Wang concordou em assumir o projeto assim que Kidman convenceu os executivos da Amazon a lhe concederem controle criativo completo. “Acho que quando Nicole Kidman trabalha como uma [produtora executiva] e ela diz, ‘É assim que tem que ser’, há um ponto final naquela frase. Apenas ter a garantia dela de que ela seguiria e me deixaria liderar, no que diz respeito à visão geral do projeto, foi o que me tranquilizou”, explica Wang.

“Lembro-me da nossa primeira conversa – Nicole dizendo: ‘Isso é sobre luto, é sobre maternidade, é sobre amizade, é sobre perda. E também, você pode fazer com que seja engraçado? Você deve fazer com que seja engraçado'”, lembra Wang rindo. “E eu pensei, ‘Ok, sem pressão!'”

O que resultou foi “Expats”, cujos primeiros episódios estão agora disponíveis para streaming no Prime Video. A série foi o primeiro grande projeto de Wang desde “The Farewell” (que ela dirigiu e escreveu com uma sala de roteiristas composta inteiramente por mulheres, incluindo a romancista Lee), e é tanto uma exploração evocativa das tensões de classe em Hong Kong quanto uma meditação melancólica sobre a vida após a perda. Situada contra os protestos pró-democracia que agitaram a região em 2014, “Expats” segue três mulheres americanas – Margaret Woo (Kidman), Hilary Starr (Sarayu Blue) e Mercy Kim (Ji-young Yoo) – cujas vidas são mudam para sempre após Mercy perder Gus, o filho mais novo de Margaret, em um mercado noturno.

Abaixo, Kidman, Wang, Blue e Yoo refletem sobre a diversidade de culturas, idiomas e experiências vividas retratadas em sua nova série, e por que estão muito mais interessadas em interpretar mulheres profundamente imperfeitas – em vez de simpáticas.

Há uma cena no primeiro episódio, na qual Margaret e Hilary estão dançando ao som de “Heart of Glass” de Blondie em um restaurante, e há um breve momento em que Margaret se olha no espelho e parece ficar paralisada por seu próprio luto. Nicole, como você quis incorporar as diferentes fases de culpa e angústia interior de Margaret? Como mãe, você achou difícil se desligar disso no final do dia?

Nicole Kidman: Sim. Isso oscila, mas o que é interessante sobre esse papel é que não são os momentos após [da tragédia e de seguir em frente]. É meio que ter que viver nesse estado de incerteza sem saber. Não tem um encerramento. Não tem um “É isso é o que aconteceu com seu filho”. Não há nada. Então, é esse estado de limbo, que é insuportável para um ser humano, para uma mãe, para um pai. E então exploramos isso dentro do casamento [entre Margaret e seu marido, Clarke, interpretado por Brian Tee] e como os dois lidam com esse estado de limbo. [Clarke] realmente precisa de encerramento para poder seguir em frente, e [Margaret] diz: “Eu não vou desistir sob nenhuma circunstância, porque eu sei que meu filho está vivo”. Na verdade, fiquei feliz por ser a pessoa que interpretou isso como a ideia central, porque sempre foi: “Não, ele está lá fora. Eu só tenho que encontrá-lo.” Há um objetivo muito pró-ativo nisso.

Todas as mulheres em “Expats” estão buscando algum tipo de libertação do pavor existencial de suas vidas diárias, mas cada uma delas se sente aprisionada por suas próprias circunstâncias. Como vocês queriam regular suas atuações ao longo desses seis episódios para mostrar que essas mulheres estão à beira de uma mudança ainda maior?

Sarayu Blue: Com Hilary, eu estava vendo uma mulher de 40 anos amadurecer, e acho que foi isso que realmente me atraiu. Não costumamos ver mulheres de 40 anos se conhecendo. Então temos uma mulher impecável, tão organizada, tão controlada, perdendo seu controle a cada minuto dessa experiência, mais e mais. Ela está perdendo sua melhor amiga. Ela está perdendo o marido [David, interpretado por Jack Huston]. O chão está se desintegrando sob ela.

Eu acho que realmente a vemos ser forçada a fazer esse balanço da sua vida onde ela finalmente tem que dizer: “Bem, o que eu quero?” especialmente em relação a ter filhos, o que achei tão emocionante explorar nessa jornada. Acho que era realmente sobre ela se conhecer melhor, para que finalmente pudesse viver a vida que quer viver, ao invés da que acabou vivendo.

Ji-young Yoo: Lulu e eu tivemos uma conversa no início sobre a diferença entre drama e comédia, e ambas concordamos que não há realmente diferença entre os dois quando se trata da abordagem das cenas. Acho que há muitas cenas em que Mercy é engraçada quando provavelmente não deveria ser, e acho que é mais sobre encontrar a verdade no que está acontecendo.

Eu acho que Mercy estabelece muito cedo já no primeiro episódio que sua maior questão é: Como ela segue em frente? Muito disso é apenas esse arco de aprender a se perdoar — ou [descobrir] se ela merece ser perdoada. Honestamente, teve menos a ver com regular e mais a ver com servir uma ótima escrita, porque o show é tão bem escrito. E Lulu sempre diz quando precisa seguir em uma direção diferente, se eu estiver indo para o caminho errado.

Lulu Wang: O que era raro. Você estava quase sempre indo na direção certa. Trabalhar com atores que têm tanto um senso de humor quanto uma inclinação natural para o humor, mesmo em cenas dramáticas, é a maior bênção, porque você realmente não pode ensinar isso. Isso torna muito mais dramático quando os personagens têm momentos de leveza e são excêntricos.

Além da tragédia óbvia que os ligará para sempre, o que mais você acha que conecta Margaret, Hilary e Mercy?

LW: Todos elas querem ter uma sensação de pertencimento, de lar, de segurança, de ser amado. Isso é o que é ser humano, então acho que o comportamento e as reações das pessoas, mesmo quando tomam más decisões, normalmente vem do medo de perderem a estabilidade. Vem de um lugar que todos nós reconhecemos. Talvez nunca estivemos em uma situação em que tamanho luto nos faz ficar fora de controle, mas a verdade é que, até que você passe por isso, não tem como saber. Nenhum de nós pode saber quem realmente somos até que realmente sejamos testados nesses momentos. Então, acho que é isso que essas três mulheres às vezes não veem umas nas outras; elas estão concentradas em sua própria perspectiva, em seus próprios traumas.

Lulu, como expatriada, como você queria capturar a diversidade de culturas e idiomas de uma maneira que parecesse autêntica para Hong Kong?

NK: Quantos idiomas há no show?

LW: Cantonês, mandarim, tagalo, inglês, coreano.

SB: E punjabi.

NK: Isso não é incrível? Eu amo isso. Isso é muito raro.

LW: Mas muito verdadeiro para a vida. Eu não precisei ir muito longe. Isso é apenas um reflexo da minha existência no mundo. Estou cercada por pessoas de diferentes origens e culturas, e você vê muito da sua própria cultura na cultura delas. Sempre que eu escalava um ator, eu dizia: “Ei, se houver algo no roteiro que não soe ou pareça verdadeiro, por favor me avise. Como você diria isso? Você sente que há algum tipo de estereotipagem? Como você faria isso mais interessante?”

Acho que estar aberto para ter essas conversas só ajuda. Uma vez que está no mundo, está no mundo. Mas quando você trabalha com pessoas, se elas puderem dizer que você está errado e que pode melhorar, por que você não vai fazer isso? Acho que muitas vezes há medo de ambos os lados. Muitas vezes, as pessoas não querem se voluntariar e dizer: “Com licença, obrigado por me contratar para este trabalho, mas na verdade, isso aqui está errado”.

NK: “Aqui estão minhas notas!” [Risos.]

LW: As pessoas não fazem isso. E quanto mais você trabalha nessa indústria, mais as pessoas te reconhecem e podem se sentir intimidadas. Então, tenho que ser humilde e dizer: “Eu não sei de nada. Me diga como fazer isso. Esta foi minha intenção. Há uma maneira melhor de transmitir essa intenção?” Essas colaborações são o que tornaram esse programa o que é. Eu quero que eles e suas famílias assistam à série e se reconheçam. Acho que não há nada pior do que se ver representado na tela e pensar: “Não, isso está completamente errado”.

JY: Acho que os seis idiomas no programa também são fiéis a Hong Kong. Sinto que se eu estivesse andando por Hong Kong e não ouvisse pelo menos mais de 10 idiomas enquanto caminhava pela rua, era uma experiência anormal.

LW: E seis idiomas em muitos sotaques diferentes. Quando estávamos escalando, dizíamos: “Ok, fala em inglês, mas com sotaque australiano” ou “coreano-americano, mas não precisa falar coreano e na verdade soa estadunidense”. Tínhamos todas essas diferentes especificidades enquanto estávamos escalando atores.

Lulu, o quinto episódio era a sua proposta inicial para “Expats”, e você disse que era importante para você romper aquela bolha privilegiada de expatriados, em vez de se deliciar com isso mostrando as vidas cotidianas dos trabalhadores migrantes em Hong Kong. O que você queria retratar sobre as experiências vividas dessas mulheres e o sentido de comunidade que conseguem estabelecer com outros migrantes?

LW: E só queria mostrar a vivacidade nessas mulheres – suas esperanças, sonhos e medos. Uma coisa com a qual tenho consciência é que quando o narrador está vindo de um lugar hierárquico para contar a história, seja isso pobreza ou tragédia, pode haver um senso inato de piedade. É assim que acabamos com a “pornografia da pobreza”, onde se romantiza a classe trabalhadora, e vemos essa romantização através da lente de alguém que na verdade nunca viveu essa experiência. Eu estava realmente consciente de que não estava trazendo julgamento para nenhum dos lados [do conflito de classes].

Pra ser totalmente honesta, há mais alegria nessas comunidades, porque pessoas que passaram por tanto sofrimento são hilárias. As pessoas filipinas são tão engraçadas, e me lembram as pessoas chinesas. Você ri através da dor, porque é uma ferramenta para sobreviver. E quando você nunca teve que lutar realmente para sobreviver, você não tem isso em sua caixa de ferramentas. Então, o que eu queria mostrar eram todas as coisas que elas têm para sobreviver. Elas têm amizade, alegria, risos e música. Nos domingos, suas vidas estão cheias disso, e às vezes elas também estão trabalhando para tentar ganhar dinheiro extra.

Existe uma linha desconfortável que trabalhadoras domésticas têm que seguir no show, assim como na vida real. Por um lado, a o senso comum sugere que deveria haver uma linha clara que não deveria ser ultrapassada entre um empregador e seu funcionário, mas Essie (Ruby Ruiz) criou os filhos de Margaret e Clarke como se fossem seus próprios filhos, e Puri (Amelyn Pardenilla) conhece alguns dos segredos mais íntimos de Hilary e David.

LW: Eu só queria mostrar a interseção e complexidade das dinâmicas de poder. Nem sempre se parece com alguém gritando com outro alguém e esse alguém sendo totalmente humilhado de forma óbvia; existem essas situações sutis e complexas para navegar, e nem sempre você sabe como fazer isso. Eu adoro o fato de Puri ser tao diferente de Essie; [Puri] é bastante autoconfiante e acredita em seus sonhos, e acredita que pode ser amiga do chefe, e então esse sonho é tirado dela. Eu estava tentando representar o máximo possível de pontos de vista diferentes.

Ainda parece raro ter uma história que coloca três mulheres muito diferentes no centro. Elas nem sempre estão tomando as melhores decisões, e algumas têm mais privilégios do que outras, mas são retratadas de uma maneira profundamente humana. Muitas vezes, ouvimos as pessoas discutirem sobre o quão simpático um personagem deveria ser, mas isso pode ser limitante em termos de capturar toda a experiência humana. Foi uma escolha intencional de vocês ter mulheres no centro de seu trabalho que não necessariamente são simpáticas?

SB: Sinto que isso foi muito importante na forma em que esta história em particular foi contada. Às vezes, um personagem pode parecer simpático, e então há uma reviravolta. Eu sei que isso acontece com Hilary, e foi muito importante para mim não ficar presa em saber se ela era ou não legal. Eu não poderia ficar pensando se ela era simpática e se afável e [ainda] fazer jus à história.

E particularmente no episódio cinco, quando se trata de Essie e Puri, foi importante para a história que Hilary ela não fosse legal naquele momento. Essa reviravolta ajuda a entregar a história de Puri de uma maneira muito autêntica e real. E se eu tentasse suavizar isso, então na verdade não estaria mais contando a história. Então, para mim, acho que uma das partes mais atraentes do nosso show é que todo personagem tem momentos em que são simpáticos e afáveis, e outros em que não tanto.

LW: E, a propósito, isso é vida real. Quantas pessoas são simpáticas o tempo todo? Todos gostamos de acreditar que somos. Mas é esse o estado da existência humana? Andarmos por aí pensando: “Espero que eu seja simpático hoje”? [Todas riem.] Você tenta ser a melhor pessoa que pode, mas todos nós cometemos erros. E isso é o que eu queria retratar: a especificidade de suas experiências que podem levá-las a fazer boas ou más escolhas dentro desse contexto.

SB: Isso é o que as torna humanas.

LW: Exatamente.

JY: Acho que numa conversa mais ampla, ficamos presos entre bom/ruim, simpáticos/não simpático, mas acho que a maioria dos atores concordaria que nenhum de nós está interessado em saber se seus personagens são amáveis. Eles estão interessados em saber se entendem o personagem, e se podem fazer com que o público entenda o personagem ou desperte uma emoção ou sirva à história. Então, quando se trata de saber se as mulheres são simpáticas ou não, estou apenas interessada em saber que as mulheres sejam complexas e interessantes.

NK: Sim.

SB: Sim, a dimensionalidade é mais atraente. Ser humano é mais atraente para mim.

Fonte.